Há duas décadas e meia, um estudo definitivo realizado em 1997, envolvendo 236 nadadores de uma mesma faixa etária, apresentou-nos o conceito de esgotamento do atleta. Revelou um distúrbio de saúde mental caracterizado por exaustão emocional e física, diminuição das conquistas e uma paixão cada vez menor pelo esporte. Esses sintomas alinham-se notavelmente bem com a definição de esgotamento ocupacional. Essas dimensões podem afetar os atletas em graus variados.
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Existem culpados nas sombras, e seus nomes são a especialização precoce e a intensidade da competição. Atletas adolescentes envolvidos em treinamento durante todo o ano e dedicação esportiva singular enfrentam um risco elevado de esgotamento, às vezes levando ao abandono do esporte. Descobertas recentes do The British Journal of Sports Medicine (2020) enfatizam que certos traços de personalidade que conduzem ao sucesso atlético também podem estar associados a distúrbios de saúde mental, amplificados pela intensa cultura desportiva.
Detectando o burnout: um roteiro
Como podemos detectar o esgotamento? Um estudo publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health oferece orientações valiosas. Aponta questões afetivas como mau humor, hostilidade em relação aos ambientes de treinamento, foco distraído, lapsos de memória e sentimentos de desamparo como indicadores precoces. Os sintomas físicos, como a fadiga e o aumento da vulnerabilidade a lesões, são os seguintes, levando por vezes mesmo à consideração do doping. A fase final manifesta-se como problemas comportamentais, incluindo absentismo e mau desempenho esportivo, culminando no afastamento do esporte.
Atletas amadores adultos, navegando numa linha tênue entre seus compromissos profissionais, vidas pessoais e treinamento, muitas vezes experimentam o aumento do estresse, resultando em exaustão emocional, psicológica e física. Esta tríade frequentemente precede lesões, doenças ou uma diminuição do entusiasmo pelo esporte, ilustrando a natureza exigente da sua jornada e as tensões que coloca na sua dedicação.
Ansiedade orientada por objetivos: um obstáculo
Alguns atletas desenvolvem ansiedade em torno de seus objetivos, fixando-se em ritmos e tempos de finalização específicos. Embora o conselho frequentemente dado seja "concentre-se no processo", abandonar as respostas motivadas pelo medo pode ser mais fácil de dizer do que fazer quando você está profundamente enraizado nelas. O que antes era uma aspiração emocionante pode se tornar uma fonte de ansiedade, corroendo lentamente o amor do atleta pelo esporte.
Um equívoco comum é que abandonar totalmente o esporte é a resposta ao esgotamento. No entanto, numerosos estudos demonstraram que abandonar o desporto agrava as lutas mentais e morais. Então, qual é o caminho certo para a recuperação?
Soluções apoiadas pela ciência: um caminho a seguir
Uma meta-análise em 2022 revelou que a terapia cognitivo-comportamental e as intervenções baseadas na atenção plena são eficazes na redução das dimensões do burnout. A terapia cognitivo-comportamental, envolvendo atividades como registro em diário, estabelecimento de metas, reclassificação cognitiva e exposição situacional, mostrou-se particularmente eficaz na redução da exaustão emocional e física. No entanto, as intervenções baseadas na atenção plena, como a meditação de body scan, também se mostraram promissoras em comparação com nenhuma intervenção psicológica.
Intervenções online versus Intervenções tradicionais
Surpreendentemente, as intervenções online saíram-se melhor que os métodos presenciais tradicionais. Esta mudança de preferência é atribuída à receptividade provocada pela pandemia da COVID-19, destacando a eficácia das intervenções online de saúde mental para ajudar os atletas a lidar com os fatores de stress psicológico, independentemente da sua localização.
Um estudo recente de 2023 testou um programa de redução do estresse baseado na atenção plena em atletas de alto nível e adultos recreativamente ativos. Os resultados foram encorajadores, com estratégias dinâmicas (ioga consciente) e estáticas (varredura corporal) melhorando o bem-estar psicológico e físico. Notavelmente, o impacto foi mais duradouro em atletas de elite, sugerindo que os atletas recreativos podem beneficiar de programas de mindfulness mais prolongados.
Conclusão: uma abordagem holística
Concluindo, todo atleta, independente do seu nível, busca o crescimento e deve priorizar a saúde mental. Em vez de se afastarem imediatamente do esporte, os atletas podem beneficiar da implementação de ferramentas de psicologia positiva, seja online ou presencialmente, para melhorar a sua relação com o desporto e melhorar todos os aspectos das suas vidas. Reconhecer o burnout como um desafio e enfrentá-lo de forma proativa pode levar a uma jornada atlética mais gratificante.