
O mundo está alvoroçado com a potencial proibição dos super
tênis Vaporfly da Nike e seus congêneres. Uma decisão sobre a limitação de calçados foi prometida pela World Athletics até o final do mês [
N. T: A matéria original foi publicada em 28/01/2020. Traduzi mesmo assim porque o esforço continua valendo mais que os tênis... 
], gerando inúmeras
especulações e dando a todos nós a chance de dar uma
olhada mais de perto nos calçados hipereficientes e por que eles são controversos.
Tive o privilégio de testar quase todos os modelos de
tênis de corrida desde 2000 e estudei como eles
interagem com sua passada, mas ainda sei muito pouco sobre como afetam nosso desempenho na corrida. (E acho que as pessoas que mais sabem admitem isso). Parece-me, no entanto, que banir esses novos modelos seria bastante tolo, por vários motivos.
O que estamos limitando?
Em primeiro lugar, por mais notáveis que sejam, o Vaporfly e modelos semelhantes não o impulsionam. Como outras espumas de "retorno de energia" nas entressolas populares de muitas marcas, os super
tênis, mesmo com suas placas de carbono e espumas super eficientes, não adicionam energia, mas apenas
reduzem a quantidade de energia perdida. Eles não são um
exoesqueleto com uma fonte de energia que o torna o homem biônico. Você ainda fornece a energia. Você ainda tem que correr.
Como tal, é muito difícil descobrir como limitá-los. Seu benefício é apenas uma questão de grau. Eles fazem melhor o que os outros
tênis fazem (
embora todos estejam os atualizando rapidamente), e não algo inteiramente novo. Se eles cruzassem a linha divisória entre reduzir a perda de energia e colocar energia, isso talvez pudesse ser medido e banido.
Limites sugeridos, como regular a altura do
tênis, parecem míopes: designers inteligentes podem e irão criar melhores materiais e designs para produzir modelos igualmente eficientes dentro dos parâmetros. Além disso, o que faz um calçado alto ser trapaça? é uma maneira de fornecer amortecimento, que tem suas próprias desvantagens em termos de estabilidade, propriocepção e contato com o solo, como muitas pessoas que se lesionaram com Vaporflys podem atestar.
Sabotando o significado
Entretanto, toda essa discussão é irrelevante quando se trata da maioria dos corredores. Para nós, a questão é se os
tênis oferecem um atalho. Para aqueles de nós que corremos pelo próprio benefício, os tempos de prova têm significado apenas porque nos ajudam a melhorar.
Estabelecemos metas e trabalhamos para alcançá-las, colhendo a satisfação de vencer obstáculos e, no processo, nos tornando pessoas melhores: mais disciplinadas, mais focadas, mais vivas e conectadas. Se usar um
tênis novo atrapalha esse processo de nos levar ao nosso objetivo sem fazer o trabalho e desfrutar das corridas, então isso nos engana.
Um pequeno exemplo disso: quando eu saí para minha corrida matinal hoje, meu objetivo era escalar a colina inicial de 2,4 quilômetros na trilha contra a qual eu estava lutando sem ter que andar. Era um objetivo pequeno, mas ainda não o consegui este ano, desde que peguei uma gripe e passei o tempo em uma altitude menor durante as férias.

Se, ao me calçar, tivesse uma opção de calçado que reduzisse significativamente o esforço de escalada, talvez eu os tivesse escolhido. Mas se tivesse feito isso, tenho certeza de que teria menos satisfação quando me obriguei a continuar forçando morro acima e quando, triunfante, cheguei ao topo e dei a volta por cima para voar descendo a encosta. O esforço é o ponto. Reduzir o esforço reduziria o significado.
Se eu estivesse usando super
tênis, poderia dizer a mim mesmo que corri a ladeira, mas teria um asterisco. Claro, cada corrida, cada prova tem vários asteriscos para o percurso, condições, situação de vida, idade e muito mais. Se os
tênis me ajudassem a subir aquela trilha quando eu não poderia enfrentá-la de outra forma, eles valeriam a pena, mesmo se eu tivesse que dar crédito a eles. E no dia da prova, você pode ter certeza que estarei usando os calçados mais leves, rápidos e eficientes que funcionam para mim, como sempre usei. Ainda terei satisfação com o esforço, mas se esse esforço puder me levar a um tempo mais rápido e legal, vou aproveitá-lo e celebrá-lo.
Resumindo, qualquer decisão da World Athletics não afetará a maioria de nós. Temos que decidir se um
tênis nos capacita e nos inspira a ser melhores ou reduz nosso senso de realização e implanta a dúvida de nossa capacidade de sucesso. E lembre-se, um calçado pode fazer uma pequena diferença no seu tempo final, mas mesmo eles não podem compensar a falta de preparação, Aliás, nem gostaríamos que fizessem, já que esse atalho roubaria o significado da prova. No final das contas, não é sobre os
tênis, ou mesmo sobre os tempos (embora nos apeguemos a eles e os valorizemos, sabendo o que eles representam). é sobre o esforço e o crescimento.
Traduzido do site PodiumRunner.com