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domingo, 30 de abril de 2023 - 11:25
Antes de iniciar mais um capítulo de seu livro Minimalismo Digital, o escritor Cal Newport salienta – mais uma vez – que suas dicas de práticas são apenas sugestões, portanto, não generalistas nem obrigatórias, devendo ser tomadas apenas como bons pontos de partida para um uso mais consciente das redes sociais e aplicativos de smartphone. Afinal de contas, não se pode esquecer que há profissionais que as usam para atender ou expandir sua base de clientes, e é óbvio que ninguém quer abrir mão dessa facilidade.

Isto posto, o guru minimalista dá início ao polêmico capítulo do livro com uma informação curiosa: não foi o FoiceBook que inventou o icônico botão "curtir", e sim um serviço chamado FriendFeed, como um agregador de comentários análogos, do tipo: "Gostei", "Amei", "Adorei", "Curti", etc. Entretanto, é inegável que ao incorporar a funcionalidade, a rede transformou seu conteúdo numa poderosa ferramenta de coleta de dados sobre as preferências de seus usuários, o que lhe deu enormes vantagens: 1. Permitiu a adaptação de seus algoritmos para oferecer conteúdos cada vez mais "curtíveis" para o usuário; 2. Transformou a ferramenta num poderoso indicador de aprovação social; 3. Permitiu a colocação de anúncios personalizados na rede, o que rapidamente a transformou num caça-níqueis bilionário.

As vantagens 1 e 2 parecem lindas e inofensivas à primeira vista, a não ser por um pequeno detalhe: esse tipo de interação diminui o trabalho que o cérebro executa em interações sociais ricas, consequentemente produzindo danos ao órgão, ao torná-lo subutilizado. E é exatamente por temer essas consequências para o ser humano em pouco tempo é que Cal recomenda rigor nas medidas restritivas às interações virtuais e a consequente abertura de espaço para as formas mais ricas de comunicação.

Se você é um heavy user de redes sociais e tem receio que a troca delas por melhores formas de interação social diminua seu círculo de amizades, o autor sugere uma medida simples: avisar a seus amigos que você começará a aparecer online com menor frequência. E se ainda assim essa medida render-lhe a perda de algumas amizades virtuais, vale a pena se perguntar se eram de fato algo mais que... amizades virtuais.

Amplie as mensagens de texto

Sherry Turkle, uma pesquisadora americana que já foi mencionada neste texto, descreve que com o advento dos smartphones, o conceito de amizade transformou-se em "estar de plantão o tempo todo para o outro", o que nem sempre é desejável, visto que você tem (ou deveria ter) vida fora do celular. Por outro lado, alguma conexão, quando se está abaixo de certa idade, é inevitável. Como resolver esse dilema?

Uma solução pode ser trocar as mensagens em tempo real por mensagens de texto, deixando seu celular em modo "não perturbe", definindo horários específicos para checar as mensagens, respondendo-as e recolocando o celular novamente no modo anterior. Esta atitude, advoga a professora, aumentará a sua concentração nas suas tarefas, além de fazer com que seu menor tempo online desperte em seus entes queridos o desejo por interações "reais" com você.

Caso sua repentina ausência ainda assim cause consternação em amigos e parentes, Cal novamente sugere um aviso prévio às pessoas mais chegadas e inclui-las numa lista de habilitados a mandar mensagens para você, mesmo com o celular em modo "não perturbe".

Estabeleça um horário para as conversas

O telefone trouxe um alento para amigos e parentes distantes ao permitir conversas à distância, mas trouxe um incômodo: por não vê-la, você nunca sabe se ligou numa hora inconveniente para a pessoa do outro lado da linha. É por isso que Cal sugere que se estabeleça um horário para as conversações.

A medida pode parecer um pouco "engessada", mas as pessoas importantes para você irão se familiarizar rapidamente com a medida. Além disso, é reconfortante para elas saber que você estará sempre disponível àquela determinada hora. Outra vantagem dessa providência é tornar o dia de todo mundo mais produtivo, um ativo valioso nos tempos loucos que vivemos hoje em dia.

Note que "estar disponível" pode abranger qualquer forma de comunicação rica: telefone (obviamente quando não usado para checar o InstaGramsci), encontros presenciais, FoiceTime, etc.

Finalizando, quem acompanha a série de posts sobre Minimalismo Digital já sabe que Cal gosta de embasar seus argumentos com exemplos de famosos que adotam, as práticas sugeridas – uma espécie de Falácia da Autoridade do Bem. Com este capítulo não poderia ser diferente. Steve Jobs assume a tarefa de estrelá-lo, quando o autor relata que o criador do iPhone gostava de dar longos passeios a pé pelo Vale do Silício, em companhia de amigos mais chegados.

Não é curioso – e instigante – saber que o homem que praticamente inventou o smartphone trocava o ficar ensimesmado com seus brinquedinhos tecnológicos por uma atividade tão... bucólica?

Um abraço e até semana que vem!

Fonte: Coelho de Programa

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