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Minimalismo Digital x Economia de atenção

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domingo, 11 de junho de 2023 - 09:31
Na série de artigos sobre Minimalismo Digital, Cal Newport, autor do livro homônimo, relatou várias vezes a verdadeira "guerra" entre as empresas de mídias sociais e aplicativos versus as pessoas que apontam os perigos de seu uso inconsciente. O "campo de batalha" é justamente a Economia de Atenção, que é o estudo e emprego de táticas para que as empresas consigam maximizar o uso de seus produtos.

Para enfatizar a importância de se adquirir a consciência do perigo que essa maximização representa, Cal ressalta novamente a proficiência com que o FoiceBook desenvolveu a Economia de Atenção, transformando-se, assim, de um aplicativo em uma ferramenta cultural, sem a qual a sociedade atual acredita já não conseguir viver mais.

É por esse motivo que declarações como as de David Ginsberg e Moira Burke, questionando a falta de senso crítico com que usamos as redes sociais, tornam-se tão perigosas para o modelo de negócios das empresas que as detêm. O que chama ainda mais a atenção é que na época em que o livro foi escrito, os dois pesquisadores eram funcionários do Foicebook! E logicamente é por causa disso que empresas que adotam a Economia da Atenção combatem tanto o uso crítico das mídias. Entender isso é fator chave para o sucesso no Minimalismo Digital.

Para ilustrar a opinião dos pesquisadores, o autor fez uma pesquisa, sugerindo aos leitores que pensassem nos motivos que os levam a usar o FoiceBook, depois imaginassem que o uso da ferramenta passaria a ser cobrado e então respondessem quanto tempo por semana dedicariam ao seu uso. Os usuários responderam 20 a 30 minutos, uma redução imensa em relação aos 350 minutos semanais atuais.

Entretanto, há pessoas que precisam usar profissionalmente esses serviços. Para elas, existe um grupo de pessoas chamado de Resistência da Atenção, que tem ferramentas de alta tecnologia e procedimentos rígidos para elevar ao máximo o uso crítico e consciente desses serviços.

Prática: d.elete os aplicativos de mídia social do celular

A guinada das empresas para a Economia de Atenção deu-se justamente com o avanço de seus aplicativos para celular. Com isso, qualquer usuário que se sentisse entediado poderia sacar seu celular, esse aparelho onipresente na vida moderna, e se entupir de lazer de baixa qualidade. Essa constatação criou um ciclo vicioso: os desenvolvedores tornaram os aplicativos móveis cada vez mais atraentes, roubando cada vez mais a atenção do usuário e gerando cada vez mais demanda por características que prendam os usuários a eles. E é justamente para escapar do caráter portátil extremamente viciante que o autor recomenda desinstalar os aplicativos dos celulares, mantendo apenas, se necessário, o acesso pela versão de computador.


Claro que isso parece extremamente doloroso à primeira vista, mas Newport relata que um percentual expressivo de usuários teve tanto êxito com essa medida que eles acabaram por deixar de usar suas contas nessas redes. Outro "efeito colateral" foi começar a entrar nas redes com fins específicos e menor frequência, ou seja, o uso consciente que Cal pregou durante todo o livro.

Prática: transforme seus dispositivos em computadores de uso específico

O guru do Minimalismo Digital relata a história  de Fred Stutzman, que vinha sofrendo com distrações para escrever sua tese de doutorado - justamente sobre o papel das mídias sociais - e decidiu gastar um tempo desenvolvendo uma ferramenta que bloqueava o acesso às conexões de rede por um período de tempo. A ferramenta, batizada de Freedom, começou a fazer sucesso e foi adaptada para bloquear não as conexões, mas o acesso a determinados sites e aplicativos que causam distração.

Com o sucesso, vieram as críticas, pelo fato do aplicativo travar recursos de uma máquina poderosa. A questão é que o avanço das máquinas e do software fez com que ficasse muito mais fácil "pular" de um aplicativo para o outro, o que prejudica enormemente a concentração. Essa ideia parece agressiva, mas é muito mais compatível com o sistema de atenção humana.

Prática: use as redes sociais profissionalmente

Jennifer Grygiel, uma social media, não usa as redes sociais como fonte de entretenimento porque não as vê como lazer de qualidade. Ao invés disso, ela prefere usar o InstaGramsci para seguir umas poucas contas relativas a seus interesses. Entretanto, a profissional relata não gostar dos Stories, que, segundo ela, "parecem um reality show estrelado por seus amigos".

O mesmo comedimento ela tem ao usar o FoiceBook, não aceitando conexões de todos que lhe solicitaram amizade. A respeito do número de conexões, Newport cita o Número de Dunbar, 150, que seria o número de pessoas com quem podemos nos conectar virtualmente com sucesso. A profissional diz que não usa ferramentas nem para contactar seus colegas de profissão, com quem prefere se encontrar pessoalmente, e também não as usa como feed de notícias. Ela chega a evitar debates na rede, por ver nela graves questões de civilidade. Com isso, Jennifer limita sua navegação no FoiceBook a 50 minutos por semana.

Jennifer prefere centrar suas atenções no Twitter, rede que ela considera mais importante profissionalmente, por ter muitas pessoas proeminentes postando nela e por oferecer mais oportunidades de contatos a adicionar à sua rede profissional.

Baseada em sua experiência na área, Jennifer reconhece o tamanho do esforço de garimpar informação e contatos em meio ao lixo das redes sociais, por isso mantém contas separadas por área de interesse no Twitter. A analista usa a plataforma para a detecção de novas tendências e para ajudá-la nessa tarefa, ela usa uma ferramenta chamada TweetDeck, que faz um tipo de pesquisa avançada na plataforma, eliminando, assim, o ruído e ajudando-a a manter o foco. A ideia é a mesma de sempre: maximizar a boa informação e cortar o desperdício.

Finalizando, o autor deixa claro, mais uma vez, que as práticas apresentadas são apenas sugestões, que o usuário pode ou não implementá-las e que o que importa, na verdade, é o uso consciente dos aplicativos e redes sociais.

Um abraço e até a próxima!

Fonte: Coelho de Programa

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