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Como a inteligência e a vontade trabalham juntas?

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sábado, 2 de julho de 2022 - 15:48
Depois de um longo e forçado recesso dos meus estudos, por motivos de falta de tempo, finalmente voltei à minha rotina de tentar ser menos burro e parar de ler notícias escrotas. Aliás, não tarda o dia em que notícias escrotas serão de direito o pleonasmo que já são de fato...

Tá bom, mentira, não foi por falta de tempo. Afinal de contas, como ensina Flávio Morgenstern, é a falta de organização que não me deixa aproveitar meu tempo. Aproveito esse mea culpa para deixar uma primeira dica para você, amigo leitor, dica essa que foi passada pelo próprio Flávio, no excelente Curso de Formação do Senso Incomum: "Faça uma agenda com a sua grade de programação semanal e reveja-a constantemente". O seu tempo passará a dar pra tudo que é preciso fazer.

Voltei ao livro "A educação da vontade", mais precisamente no capítulo "Possibilidade da soberania da inteligência". Deduzi que Jules Payot fala em soberania da Inteligência sobre a Vontade. Assumindo que deduzi certo, isso já me deixou meio sem entender, pois conforme disse o próprio Jules, "A vontade é uma potência sentimental, e qualquer ideia, para agir sobre ela, deve colorir-se de paixão". Ao longo da leitura do capítulo, minha cabeça, além de torta, ia ficando atônita. "Como é possível uma ideia, expressão da inteligência, ser soberana sobre a Vontade, se precisa colorir-se de paixão para atingi-la?" era o que se passava na minha mente.

A impressão crescia à medida que avançava no capítulo, pois o próprio Payot parecia expressar um pensamento parecido com o meu, em frases como "Nossa influência direta para provocar na alma um sentimento, ou para imobilizar, reduzir à impotência, e sobretudo para extinguir um sentimento, é, portanto, muito pouca. Esses meios externos que fornecemos são simplesmente um apoio: apoio precioso, sem dúvida, mas que não pode deter uma ação interna já vigorosa".

Entretanto, como sei que Payot entende mais de Pedagogia e Psicologia que eu, que não entendo porra nenhuma, decidi continuar, ainda que meio ressabiado, confesso. E eis que no capítulo seguinte, "A reflexão meditativa", o enigma foi parcialmente resolvido, em forma de um conjunto de cinco conselhos:
  1. Quando um sentimento favorável surge na consciência, impedi-lo de evadir-se logo, fixar sobre ele a atenção, obrigá-lo a despertar as ideias e os sentimentos que pode despertar. Em outros termos, obrigá-lo a proliferar, a dar tudo que ele pode oferecer.


  2. Quando um sentimento nos falta, quando se recusa a aparecer, examinar com que idéia ou com que grupo de ideias ele pode estar associado; fixar a atenção sobre essas ideias, mantê-las fortemente na consciência, e esperar que o jogo natural da associação desperte esse sentimento.

  3. Quando um sentimento desfavorável a nosso trabalho irrompe na consciência, recusar-lhe a atenção, tratar de não pensar nele, e fazê-lo de certa forma morrer de inanição.

  4. Quando um sentimento desfavorável tenha crescido e se imposto à atenção sem que tenhamos conseguido impedi-lo, realizar um trabalho de crítica destrutiva sobre todas as ideias de que esse sentimento depende e sobre o próprio objeto do sentimento.

  5. Lançar sobre as circunstâncias exteriores da vida um olhar penetrante, indo até os seus mínimos detalhes, de forma a utilizar inteligentemente todos os recursos e evitar todos os perigos.
Parecem conselhos simples, não? E são. Entretanto, como disse um professor de meditação, assunto que estudei, mas nunca consegui dominar: "Muito simples, nada fácil". Só que isso não significa que devamos esmorecer pelas dificuldades, e sim, deixar de ficar como eu fiquei nessas semanas, de vagabundagem, e lembrar do que Sêneca já nos dizia há dois mil anos: que o caminho parece íngreme, e realmente é, como o é tudo o que vale a pena nessa vida, mas que vai ficando menos íngreme à medida que o percorremos.

E não sei para você, querido leitor, mas para mim, deixar de ler colunas e notícias de partidos políticos mimetizados de órgãos de imprensa não vale só a pena: é o Éden, A Terra Prometida, nada menos que isso.

Creio que os próximos capítulos serão dedicados a destrinchar mais este conjunto de conselhos. Conforme isso for acontecendo, volto aqui para trazer as novidades.

Como diria meu primo Pernalonga, "That´s all, folks! Um abraço e até sábado que vem!

Fonte: Coelho de Programa

Leia mais sobre: estudos, sêneca, flávio morgenstern, senso incomum, jules payot

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