
Bom dia, galera! Há muito tempo eu venho tentando, mas nunca deu certo. Hoje, vamos tirar a poeira da seção "
Meu vício é correr", escrevendo aquela que certamente será a minha matéria mais difícil de escrever.
Como escrever (o que acaba sendo uma forma de definir) sobre alguém que a gente conhece tão bem e ama tanto como a própria esposa?
Bom, vou tentar ser o mais jornalístico possível.

O nome dessa moça é Carla. Nasceu com uma
hemiplegia (falta de oxigenação no parto, diagnóstico até hoje não confirmado), que lhe rendeu alguns pequenos contratempos. Digo pequenos porque foi educada desde cedo a nunca desistir, ainda que aos olhos de quem olhasse de fora, coisas como obrigá-la a trocar de roupa sem ajuda de ninguém pudessem parecer crueldade, mas que ajudaram a moldar sua personalidade guerreira.
Aos 14 anos, mais um pequeno contratempo: Teve que operar o olho direito, tendo ficado cega deste olho.
Em 1981, Carla operou o pé direito para acertar o tendão de aquiles e em 1987, os flexores da mão direita, tudo no Sarah Kubitscheck, hospital de Brasília que é referência nesse tipo de tratamento.
Nada disso, entretanto, impediu que Carla levasse uma vida normal: estudou, tirou carteira de motorista, entrou para a faculdade de jornalismo, em que se formou em 1999.
Foi bem nessa época de fim do curso dela que começamos a namorar, depois de sermos amigos há dois anos. Depois de menos de 4 meses já estávamos morando juntos e casamos em maio de 2000. Quando casamos, ganhamos muito peso, pois no começo, comíamos muita delíc... ops, porcaria. Carla ganhou quase 20 quilos.
Com 4 anos de casados, tivemos nossa primeira filha. Quatro anos mais tarde, veio o segundo, para completar a alegria da família. Só que junto com ele, veio uma
sinfisite púbica, que é uma inflamação no púbis, que a acompanha até hoje, além de uma inflamação na cabeça do fêmur, com derrame articular, mas nada disso foi capaz de tirar o sorriso do rosto que a acompanha o tempo todo.
Quando nosso caçula completou 3 anos, tomei uma decisão de parar de fumar e pouco tempo depois, descobri uma paixão que Carla, com sua sensibilidade, já havia descoberto muito tempo antes, quando me dizia: "
Tenta a corrida, tenho certeza de que seu esporte é corrida!"
Nesse meio tempo, Carla já havia tentando várias modalidades de esporte, sendo o
deep-running a que ela mais gosta, mas de tempos para cá, talvez um pouco influenciada por mim e pelas Divas Que Correm, foi picada pelo bichinho da corrida.
Pela foto que ilustra a matéria, dá pra ver que foi pra valer, né?

Carla, por conta da diferença de altura do quadril, ainda intercala corrida com caminhada, mas já tem data marcada para o desafio de correr 3 km sem parar: Será dia 21 de outubro, da
Gloss Run. Só que a moça não quer parar por aí: Quer correr 5k na
Family Run da Disney em 2018, para onde iremos. De preferência sem parar!
Alguém duvida de que essa guerreira, que a cada dia me deixa mais orgulhoso, possa conseguir?

Para ajudá-la nessa tarefa, Carla aderiu ao estilo LCHF, com o qual tem se dado tão bem que resolveu criar uma conta no
Instagram voltada quase que exclusivamente para dicas e um diário pessoal sobre como tem sido a vida low-carb-high-fat!
Carla é um exemplo, para mim e para todos que convivem com ela, de que com força de vontade, nada, absolutamente nada, é impossível!